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REFLEXÃO: RÓTULOS - PESSOAS OU PRODUTOS?
















Citando Rubem Alves:
... Sem tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em lugares onde desfilam egos inflados. Não tolero gabolices. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte... Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: "as pessoas não debatem conteúdos, apenas rótulos". Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa". 

Rubem Alves
1933-2014

Será que não estamos tratando pessoas como tratamos produtos?

Sabe quando estamos numa loja, shopping, supermercado, ou qualquer espaço moderno que tenha algo que você possa levar para casa em troca do seu dinheiro?
Então, acredito que, viver inserido num sistema onde observamos as coisas pelo PREÇO e não pelo VALOR, acabou nos distanciando do verdadeiro senso de humanidade, de empatia e respeito mutuo aos indivíduos. Afinal, quando nos comunicamos transcendemos a individualidade e tocamos outro ser humano pelas palavras, não necessariamente pelo mesmo idioma, ou pelas mesmas experiências, mas simplesmente por curiosidade de conhecer um “outro eu” que não sou EU.

Quando pegamos um produto, na prateleira desses espaços, olhamos e analisamos tantas coisas antes de levar, não é? Qual a marca? Tem referencia? Será que é bom? Qual o preço? Quais os ingredientes? Tenho alergia a algum componente? Vale a pena? Será que muita gente consome esse produto?

São tantas perguntas que às vezes não damos chance de conhecer, de explorar, experimentar. Assim são com as pessoas, muitas vezes “rotular” alguém é maneira mais prática que temos de subjugar, colocar no mesmo grupo social, e nem se quer damos a devida importância, para que a mesma possa falar sobre si, sobre suas experiências de vida, conversar de forma menos superficial, sair do velho Oi, tudo bem? Tá fazendo, o quê? Casou? Tá trabalhando? Continua estudando? Tá com alguém? Já viajou para tal lugar?

Nos últimos anos conhecer alguém de verdade se tornou uma tarefa complexa, e que por ser difícil ou talvez não estando preparados para ouvir, deixamos o papo no nível básico.
Não paramos algum conhecido na rua para saber como ele está, mas sim para saber o que ele anda fazendo, como tá sua vida, em que fase está, como se fossemos todos personagens de vídeo game, e a competição fosse fator primordial, para enfatizar seu poder, estou num nível muito mais avançado que você e por isso se torna “inferior” a minha fase.
Sabe que ... é como se estivéssemos numa receita de bolo, você precisa seguir as regras impostas pela sociedade para fazer parte dela e ser impecável, ter sucesso e ser bem sucedido.
Mas, peraí? Será que se eu mudar algum ingrediente desse bolo, ou adicionar algo que não está na receita, vai ficar ruim? É um risco? Talvez, mas só poderemos ter certeza do resultado se testarmos.

Portanto, ser humano e ter experiências humanas, é muito mais do que fazer o que todos os outros indivíduos já fazem, é sentir, se colocar no lugar, compreender, ainda que não compreenda, é ser porque quer ser, porque será mais feliz, é se importar em ouvir uma conversa sobre o céu, sobre o amor, sobre música, sobre esportes, porém como mergulhadores, não como boias, afinal não temos preço, temos valor.
Mostremos o nosso real valor.   

Layanna Pinheiro

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