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SOBRE . . . O LIVRO: GUIA DAS ALMAS - São Paulo de Perfil 13º





Oie pessoas,

O livro-reportagem Guia Das Almas, é o 13º livro da série São Paulo de Perfil, elaborado pelos alunos do curso de jornalismo da CJE/ECA/USP. Reportagens realizadas em 1993, por alunos do 5º semestre de Jornalismo da ECA/USP (Escola de Comunicação da Universidade de São Paulo).

Bom, a experiência dessa leitura foi interessante. Desde sempre me interessei por histórias, escrever e ler, mas nunca achei que seguiria carreira na área de comunicação, tanto que sou formada em Turismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, mas não me encontrei na área, porém sempre procurei me qualificar e procurar cursos na área de Marketing, Comunicação e Mídias.

Eis que minha mãe, professora de Jornalismo da UFRN, começa a escrever um projeto de extensão para pôr em prática com os alunos, em casa mesmo observei todo o processo de criação e até surgiram umas trocas de ideia.
O projeto era sobre Jornalismo Literário, intitulado de Telas & Textos. Então pessoas, essa é a hora que vocês se questionam, o que Lay foi fazer num projeto de Jornalismo Literário?

Nem eu sei responder, só sei que achei importante e interessante a proposta e pedi para participar, como membro do grupo, ainda que eu não ganhasse nada, quer dizer, conhecimento nunca é demais e curiosidade nesse aspecto é primordial.

E como diz a canção, “... entrei de gaiata no navio, entrei...” afinal o que eu estava fazendo se tecnicamente eu não entendia nada de Jornalismo, e nem da área era? Sabe o que é começar uma pesquisa profunda sobre jornalismo literário? Pois é, essa fui eu, como minha mãe além de professora do curso é jornalista, fui tirando as dúvidas com ela, e ela foi me dando corda, um artigo, um livro, um TCC (Trabalho de Conclusão de Curso), etc.

Foi quando ela me apresentou esse livro: Guia das Almas, até o nome do livro me chamou atenção, resolvi priorizar e comecei a leitura. Até porque como iria fazer um trabalho lá no grupo, onde precisava ter o mínimo de base para entender o processo, porque não, né? Não tinha nada a perder, só ganhar, mais conhecimento e boas experiências. A experiência foi tão boa, que estou aqui compartilhando com vocês e nunca mais quero perder minha rotina de leitura de novo.

O livro me fez entender sobre muitas coisas que tinha dúvida, principalmente em relação à Religião, Religiosidade, Deus, Crenças, entre outros.
São ótimas histórias de personagens da vida real que tem como cenário a cidade de São Paulo. O grupo de alunos se dividiu para ouvir e acompanhar um pouquinho da vida delas dentro do contexto religioso.

Guia das Almas revela uma cidade diversa e democrática no quesito religião e crenças, São Paulo reúne todas as crenças e credos possíveis. Do catolicismo fervoroso ao candomblé, a umbanda, os rituais indígenas, Ayahuasca, simbologia dos deuses, natureza e suas influências, evangélicos, espíritas, etc.

Gente sabe aqueles preconceitos escondidos que às vezes nem a gente sabe que tem? Fala sem saber, sem conhecer? Pois é, eu busquei colocar para fora todos eles, e minimiza-los ao máximo quando li esse livro. Hoje sinceramente entendo muito mais o porquê da intolerância religiosa, da falta de respeito de algumas pessoas com a forma de expressão de sua religiosidade, ou adoração a um DEUS único, mas que cada um demonstra da maneira que se sente mais confortável ou que se aproxima mais desse ser superior que denominamos de DEUS, essa força, ou energia superior que nos guia, nos manda sinais e muitas vezes não damos o mínimo valor.

Um dos capítulos do livro relata também histórias de ateus e suas explicações do por que não acreditar, ou de simplesmente não entender que “deus” possa existir e tá tudo bem. A melhor maneira de estar é paz é respeitando as opções, não é apenas a sua crença, a sua religião que serve para todo mundo, se faz bem para você, ótimo continue, aprenda com ela, ajude mais, colabore do seu jeito, mas não force outras pessoas a fazer o mesmo, ou a se batizar, se comungar, participar de reuniões, se aquilo não vem de desejo próprio.

O Brasil é um estado Laico, deveria ser, ou seja, não existe uma religião que se sobressaia e que esteja no poder de mãos dadas com a política.
Apesar de saber que os padres Jesuítas fizeram parte da colonização brasileira e catequisaram os índios, isso foi a mais de 500 anos atrás, não podemos continuar com um modelo de início de Brasil para sempre. Faz parte da história do país, mas se um dia foi tradição, em pleno 2019 precisa deixar de ser. O povo brasileiro sofreu muitas influências para ser obrigado a crer numa única religião.

As coisas precisam mudar se modernizar e o primeiro passo para isso é compreender as diversas formas de crença. Religião e Política deveriam ser proibidas de qualquer vínculo.

Vocês já se perguntaram para que serve a “Bancada Evangélica”  no atual governo? Porque em nenhum outro governo, eu ouvi falar de bancada umbandista, ou bancada católica, bancada espírita, justamente porque os outros governos sempre souberam que as entidades religiosas fazem sua parte de forma independente, o governo deve reconhecer e respeitar essas entidades e só. Perdoem-me a sinceridade, mas nunca vi tanto pastor rico e fiel pobre como nesse atual governo.

Portanto, gostaria de deixar essa sugestão, leiam mais, desafiem os amigos, 21 dias de leitura. Leituras que fazem a gente se questionar e pular da cadeira, são incríveis, faz a gente enxergar o mundo com mais clareza.

Foi exatamente isso que aconteceu comigo lendo o livro Guia das Almas. É um livro de 1993, mas parece que se encaixa perfeitamente com a nossa atual situação de Brasil. Onde assistimos todos os dias nos telejornais que templos religiosos sofreram atentado, tocaram fogo nos centros de umbanda, invadiram os rituais de candomblé, entre outros.

Obrigada por ler até o fim, em breve volto com mais uma experiência de leitura e um novo livro.

Layanna Pinheiro o/


FONTE: 

Guia das almas / coordenadora e organizadora Cremilda Medina; bolsista do CNPQ associada ao projeto Patrícia Patrício. - São Paulo: CJE/ECA/USP, 1993. 
323 p. (São Paulo de Perfil; 13). 

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